Aniversário de Elias Fausto.

ELIAS FAUSTO, 66 ANOS DE EMANCIPAÇÃO E OS SEUS CONSTRUTORES!

Em 30/11/2.010, nosso Município comemora 66 anos de emancipação político-administrativa.

De dois pequenos aglomerados urbanos, Elias Fausto e Cardeal, cujas economias giravam basicamente em torno da agricultura de subsistência, da cana de açúcar que não tinha nem sombra da pujança de hoje, de um comércio que servia apenas aos seus poucos moradores e de uma indústria que engatinhava, alguns idealistas lutaram e conseguiram nossa emancipação de Monte Mor.
Muita alegria, muita festa no início. Seguiram-se disputas políticas acirradas pelos dois grupos rivais e alguns períodos de tréguas, de consenso, sem disputas, algo inusitado, com candidatos apoiados pelas duas correntes políticas. Mas predominava o idealismo. Cada um dos partidos sempre tinha como objetivo mostrar à população quem era mais capaz de representá-la com dignidade e quem poderia fazer mais pelo jovem Município.
Ouviam-se comentários de que a alguém não interessaria o progresso do Município porque os usineiros queriam manter o controle sobre a nossa mão de obra, sem a concorrência de “estranhos” e para tanto exerceriam suas influências negativas sobre alguns dos nossos mandatários.
Mas alguns fatos anteriores demonstram que os nossos antepassados sempre souberam tirar proveito de oportunidades que se ofereciam em prol do nosso futuro Município. Não fosse isso, como explicar o fato de duas importantes usinas à época, a São Bento, hoje desativada, e a ainda poderosa São Francisco terem se instalado do lado esquerdo do Rio Capivari, nas nossas terras, nos trazendo os recursos, quando do outro lado do rio estava Capivari, já um Município consolidado.
Muito antes, por volta de 1.870, quando do estudo do traçado da futura estrada de ferro, por que esta não foi construída passando pela cidade de Monte Mor, então sede do nosso Município?

Da História consta que um dos nossos fazendeiros da época, presente à reunião conclusiva em Itu, teria oferecido os dormentes necessários à construção da ferrovia, que seriam retirados de suas matas nativas, desde que a estrada passasse próxima à sua propriedade, com uma estação de embarque e desembarque das mercadorias que produzia.
Esse cidadão, cujo nome ainda não pudemos identificar em nossas pesquisas foi, em nossa opinião, o maior responsável pela existência de Elias Fausto e Cardeal. Não fosse esse seu gesto, o traçado lógico da ferrovia seria Indaiatuba, Monte Mor, Capivari, etc., cidades já existentes na época e, muito provavelmente, Cardeal e Elias Fausto sequer teriam existido, pelo menos na forma que se apresentam hoje.
Em muitas outras ocasiões pudemos verificar o desprendimento de cidadãos que doaram parte de seu trabalho ou de seu patrimônio para o Município e alguns nomes não podemos deixar de citar.
Logo na formação dos povoados de Elias Fausto e Cardeal, o Sr. José Rodrigues Cardeal doou os terrenos necessários à Igreja Católica para a construção das Capelas de Nossa Senhora Aparecida em Cardeal e São José das Palmeiras, hoje São Benedito, em Elias Fausto.
Mais tarde o Sr. Ângelo Carnevalli, então proprietário da Fazenda Queluz, doou o terreno onde hoje está construída a Igreja Matriz de São José e parte da praça defronte à Igreja e até a Rua XV de Novembro.
Em Cardeal, destaque para o Sr. Augusto Marconi, que doou o terreno para a construção do campo de futebol do Cardeal Futebol Clube, e para o Sr. Alexandre Fernandes que doou todo o terreno da Escola.
O Sr. José Francisco Seccon cedeu gratuitamente à Prefeitura todo o terreno onde hoje se encontram as casas populares do Conjunto da CDHU que hoje leva seu nome, além do Ginásio de Esportes, conjunto de piscinas, Unidade de Saúde de Cardeal, etc.
Muitos outros fizeram o mesmo em seus sítios e fazendas; tínhamos escolas e temos capelas em quase todos os nossos bairros rurais.
Toda a quadra entre as Ruas Coronel Domingos Ferreira, XV de Novembro, Fernando Costa e Tiradentes no centro da cidade, onde hoje se localiza o Mascarenhas, foi doada pelo ex-prefeito Afonso Bérgamo.
A colônia japonesa, numerosa nas décadas de 1.950 e 1.960, construiu e depois cedeu ao Município o salão e terreno anexo localizado na esquina da Rua São José e Coronel Domingos Ferreira.    
Muitos outros tiveram gestos igualmente importantes quando, não podendo dar sua contribuição material, o fizeram com o seu trabalho voluntário e aí não há como nominá-los, tantos foram aqueles que se esforçaram para a consolidação do nosso patrimônio, seja da municipalidade, das igrejas, instituições de ensino, etc.
Não podemos nos esquecer dos tantos Vereadores, Presidentes da Câmara e Prefeitos, principalmente daqueles que exerceram tais cargos num tempo em que não recebiam qualquer remuneração, às vezes ao contrário, contribuíam com recursos próprios para a realização de obras, caso do nosso primeiro Prefeito, Totó Bicudo, quando da construção do Paço Municipal.
Não vamos ficar apenas no passado. Devemos agradecer a todos aqueles incansáveis eliasfaustenses que, ainda hoje, dedicam parte do seu precioso tempo ou do seu patrimônio para construir o nosso Município, seja nas obras sociais, religiosas, públicas, etc. Para tanto bastam três atributos fundamentais: responsabilidade quando assume uma função, vontade de trabalhar e gostar de Elias Fausto.
Parabéns a todos que, lendo esse documento, se incluam entre aqueles que, mesmo não citados, sirvam de exemplos para o futuro, como verdadeiros construtores de Elias Fausto.
22/11/2.010 – Laércio Betarelli (Dude)

Sobre dudebetarelli

Engenheiro Civil Prefeito de Elias Fausto 1.997-2.000 e 2.005-2.008 Santista Tucano
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